Narração de Lourdes Mourão
Conta-se que no início do Brasil Colônia, vieram muitos missionários que se embrenharam na floresta virgem, para a catequização dos indígenas bravios e selvagens. Um deles encontrou uma grande tribo que vivia bem no centro do país, no meio de verdejantes matas, onde havia grande quantidade de caça e alimentos.
Nos dias que por ali passou o piedoso missionário lhes falou sobre todas as maravilhas criadas por Deus, nosso Pai, salientando com grande devoção Nossa Senhora, a Virgem Maria, nossa Mãe. Passado algum tempo, esta região foi assolada por uma grande seca que dizimou a caça, secou os rios e lagos. As tribos morriam de fome e sede. Foi então, que um velho índio lembrando as palavras do missionário – que a Virgem Maria era nossa Mãe – saiu pelo mato ressequido, na esperança de encontrar algum alimento.
Mergulhado nestes pensamentos já quase sem forças, notou uma luz sobre o tronco de uma velha e grossa árvore, de onde escorria um líquido amarelado como ouro. Ao se aproximar bebeu deste líquido, que era um delicioso mel e se sentiu revigorado, sem fome e sem sede. Encheu a cabaça que trazia e a levou cheia para sua tribo. Todos beberam e se sentiram novamente fortes e alimentados. Contando o pedido que fez a Nossa Senhora, os índios dançaram alegremente em agradecimento a Mãe de Deus, que os salvou.
E é por isso que sempre um Caiapó traz nas mãos uma cabaça, símbolo do mel milagroso de Nossa Senhora e o distribui entre os companheiros caiapós, durante as danças de louvor à Mãe de Deus, na Festa de São Benedito, em todos os 13 de maio.
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